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POEMA





















domingo, 9 de dezembro de 2012

Essa Tal de Adolescência

ESSA TAL DE ADOLESCÊNCIA

poematizaçaõ de um artigo de Gilmara Giavarina

Mescla das quatro estações do ano
Na primavera cercada de flores
Toda a atmosfera romântica
Rubores nas faces
Carícias nas pétalas
Promessas quantas e quânticas

espinhos que espetam
corações que desabrocham
Cenários de contos de fadas
borrifados por inéditos aromas
Primavera de flor espera
pelos frutos da maturidade
No calor do Verãol
abaredas de paixão
fogueiras de primeiras vaidades
crepitam sobre corpos ainda indefinidos
na dança de hormônios em desequilíbrio
Gel nos cabelos fartos e rebeldes
Gloss ou mel nos lábios ávidos
por beijos e úmidas declarações
Brincos enormes suspensos em orelhas
presos em lóbulos
junto com inseparáveis fones de ouvido
Piercings em lugares exóticos
Bonés virados ao contrário
Camisetas colocadas pelo avêsso
Atos travêssos
pequenos vandalismos
em murros e abismos
adolescentes andam em bandos
formam bandas
alguns se tornam nerds
outros rebeldes
outros alienados
outros reclusos
Riem por nada
ou total sarcasmo
Choram à toa
ou por tudo
no orgasmo das lágrimas
inocentes ou misturadas
com recentes pecados
No Outono
tudo se acalma
mesmo no mais triste abandono
A alma prevalece sobre o corpo
ainda bronzeado
por tórridas lembranças
A testa enruga
em fugas e encontros
Precoces plásticas
em faces retraídas ou elásticas
As árvores ficam nuas
A paisagem se encharca de melancolia
e o chão forrado de folhas
traz um arco-íris aos seus pés
Outono chega de uma hora para outra
para propícios transtornos
Horas irritantes
segundos hesitantes
Belas viram feras
e Príncipes desajeitados sapos
que pulam de lago a lago
para escapar do falso afago
de uma bruxa maquiada
então chega o inverno
para reclusões e reflexões
janelas dos olhos e da casa se fecham
persianas de alumínio e pele
que repelem insetos e voos
Essa tal de adolescencia
efervescência de sonhos e ideias
Tempo que demora a passar
mas que quando passa
jamais há de voltar
Tempo melhor da vida
entre espinhas eferidas
onde brotam as mais vivas
alegres e secretas lembranças
Época de farras e forras
que não suportam desaforos
e aborresc~encias
Que tudo pode sem poder
Tempo em que definimos caminhos
e derrubamos muralhas
e que podemos por nós mesmo
escolher o rumo de nossas vidas
Tempo em que acreditamos em sonhos
e arriscamos escolhas quase impossíveis
onde os opostos quase sempre
possuem o mesmo significado
Unhas compridas para marcar presença
Olhos delineados
toda a arrogância do Bem
e a comédia das trilhas
dos nossos destinos
O coração pastelão
que desfere um tapa na cara
na máscara da ilusão
e se derrete como manteiga!

Carlos Gutierrez

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