POESÓ

TUDO PODE VIRAR PÓ
OU
POEMA





















segunda-feira, 16 de junho de 2014

DESFRUTA

desfruta e não se frustra
com tudo que a noite ilustra
entre muros e cercas elétricas
identidades ecléticas
desfruta da fruta antes que apodreça
que amadureça demais e perca
o sabor do pecado
nas raízes dos seus lábios
nas cicatrizes das ruas da cidade
nos logradouros
nos sumidouros
bueiros e logros
desfruta da casca
da cor da polpa
das sementes
entre galhos e serpentes
quem sabe de repente
você sinta o paraíso
sendo tão delinquente
a fruta vira geleia ou aguardente
tacinha de licor ou copo de cólera
beijo ou choque nos lábios carentes
entre as cercas dos dentes
e a língua dormente
fruto em curto-círcuito
fruto com o caroço
de alvoroço e fome premente

Carlos Roberto Gutierrez



Juliany Pinheiro
poetic model

...num jeito charleston

 

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